segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ESPAÇO DA LITERATURA - LUCÍOLA

Lucíola

 
É que o perfume denuncia o espírito 
Que sob as formas feminis palpita... 
Pois como a salamandra em chamas vive, 
Entre perfumes a mulher habita.
José de Alencar


 
                                                          Título da obra: Lucíola

A obra :
Lucíola, foi publicada em 1862,esta na categoria de Romantismo,narrativo na primeira pessoa,personagem principal Paulo. é uma obra central dentro da vertente dita urbana na obra de José de Alencar. Trata-se das desventuras de um jovem provinciano, Paulo, que chega ao Rio para estudar Direito. Guiado por Sá, um homem de livre trânsito na sociedade (vale lembrar a famosa festa na casa do Sá), Paulo conhecerá Lúcia, uma das mais famosas cortesãs de sua época. Como é comum nos romances românticos, haverá entre Paulo e Lúcia uma paixão fulminante.
Depois de inúmeras complicações, não podemos esquecer que o livro guarda as características do folhetim europeu, os dois estabelecerão uma relação estável, mas, para que isso fosse possível, Lúcia teve de passar por um processo de purificação, eliminando o aspecto físico da equação amorosa e revelando a Paulo seu passado puro, quando se chamava Maria da Glória, antes de ter de se prostituir para salvar sua família da indigência produzida por um surto de febre amarela. Ao descobrir, porém, o que a filha fizera para que sobrevivessem, o pai a expulsa de casa. Para poupá-los da vergonha, Maria da Glória se passa por morta, adotando o nome de Lúcia.
Apesar disso, não interrompe o contato com os familiares, financiando a educação da irmã, Ana, a fim de que esta possa fazer um bom casamento burguês,ao contrário dela. O desfecho da história se dá com a morte de Lúcia, depois de um aborto natural. Tudo o que aconteceu é contado por Paulo à senhora G.M., uma velha dama da sociedade que serve de leitora-editora do livro que nós conhecemos como Lucíola.
 Importância do livro: ao lado de Senhora, é o mais bem acabado dos perfis femininos da obra de Alencar. O que  deve observar: a importante função da senhora G. M., confidente de Paulo, que garantirá como recurso literário que a moral da narrativa será mantida para outras leitoras (lemos o que ela leu e aprovou) e também a intenção – dentro do livro – de Paulo provar a pureza de seus sentimentos. E ainda a solução moralizante do livro. Lúcia era uma cortesã, ou seja, uma criatura que podia vender o próprio corpo, ainda que se visse, por vezes, como um bem público. De todo modo, dispunha de uma liberdade que as mulheres burguesas, submetidas a um senhor patriarcal, não possuíam. Se ela pudesse ser sexualmente livre e também fazer um casamento burguês com Paulo, teríamos uma afronta intolerável aos padrões comportamentais do século 19.

O vocabulário é de facil compreenção, a trama, bastante convencional. É preciso atentar para os detalhes de enredo.
Como entender o personagem principal: O livro marca um processo de aprendizagem para o protagonista Paulo. De jovem provinciano, ele deve passar a figura importante na sociedade carioca. A ingenuidade com que se entrega ao amor pela cortesã Lúcia logo é condenada por Sá e pelos demais personagens, como Cunha, por exemplo. A perda de Lúcia, a impossibilidade deste amor, leva-o ao amadurecimento. Observar a transformação-purificação de Lúcia. De cortesã sedutora e ousada ela passa quase a um caráter de freira, lavando literalmente o corpo de todo o pecado. Ao retornar à personalidade de Maria da Glória, no entanto, já não poderá ter com Paulo as relações completas de um amor romântico, dando-nos a impressão, ao final do livro, que na casinha que dividem com Ana no subúrbio vivem uma relação fraternal.



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